VAI UM CAFÉ AÍ?
- Tudo Guaimbê
- 10 de fev. de 2016
- 3 min de leitura

O café proporciona benefícios ao bebermos de 3 a 4 xícaras por dia
Quando se afirma que o café é a bebida mais popular em território verde-amarelo, acredite, não é mera força de expressão.
Aqueles que cultivam esse hábito mandam para dentro do organismo uma série de substâncias. Entre elas sobressai a cafeína, célebre por sua ação estimulante. Mas o que aparece em maior quantidade no pequeno grão são os ácidos clorogênicos, compostos antioxidantes. A xícara ainda concentra vitamina B3 e minerais como potássio, manganês e ferro. Tal combinação vem à tona constantemente nos laboratórios de cientistas planeta afora. No universo das pipetas e buretas, ela não é uma unanimidade. "Porém, a maioria dos estudos confirma seus benefícios", diz Adriana Farah, cientista do Núcleo de Pesquisa em Café Professor Luiz Carlos Trugo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fato é que o pretinho básico de todas as manhãs segue gerando contradições - as mais curiosas você conhece abaixo.
Fertilidade
Segundo cientistas do Hospital Universitário Aarhus, na Dinamarca, mais de cinco doses diárias de café reduzem em 50% a chance de sucesso no tratamento de fertilização. "Ainda não há estudos clínicos comprovando o efeito", avalia Adriana Farah. "Mas alguns trabalhos relacionam um alto consumo de cafeína, como acontece nos países nórdicos, à malformação fetal", completa.
Câncer de pele
Depois de acompanhar mais de 110 mil pessoas por 20 anos, pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, descobriram que o café está inversamente associado ao tipo mais comum de tumor de pele. "Qualquer alimento antioxidante, caso do café, pode auxiliar na prevenção. Mas é cedo para indicá-lo com essa finalidade", analisa a dermatologista Flávia Addor, da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Expectativa de vida
Uma investigação do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, mostra que beber de 3 a 4 xícaras faz você viver mais o ganho na expectativa de vida é de 10% para homens e 13% para mulheres. "O resultado não surpreende. Afinal, o café é uma das maiores fontes de antioxidantes na dieta", ressalta Adriana Farah.
Problemas no coração
As pesquisas que se dedicaram a analisar a relação entre o café e a incidência de insuficiência cardíaca - condição em que o coração não consegue bombear quantidade suficiente de sangue para o corpo - sempre geraram dados discrepantes. Intrigada, a pesquisadora Elizabeth Mostofsky, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, decidiu conduzir uma revisão sobre o tema. Nela, foram avaliados mais de 140 mil indivíduos, dos quais 6 522 mil tiveram o mal. Percebemos que quatro doses diárias de café diminuíram em até 11% o risco de ter o problema, conta a cientista. Os compostos bioativos da bebida - o destaque vai para os antioxidantes - provavelmente estão por trás da benesse. Ao afastar o diabete tipo 2, eles também protegeriam contra essa doença cardíaca, raciocina. Já o consumo além da conta deixou o coração na corda bamba. E não é só o excesso que abala o peito. Está comprovado que duas substâncias presentes no grão, o cafestol e o kahweol, são capazes de elevar os níveis de colesterol no sangue, quadro que pode ser o pontapé inicial para várias complicações cardiovasculares. Mas, quando se usa o filtro de papel ou o coador de pano para preparar o café, consegue-se reter boa parte dessas substâncias, ensina Rosana Perim, gerente de nutrição do Hospital do Coração, na capital paulista. Dilema resolvido.
Dor de cabeça
Está aí um tópico que rende pano para mangas. Geralmente, a confusão começa com a dificuldade de estabelecer se a bebida é realmente o estopim da dor de cabeça ou se as pessoas que sentem o incômodo a veem como válvula de escape. Para esclarecer a dúvida, diminua aos poucos a ingestão de cafeína, até tirá-la da dieta, recomenda a pesquisadora Adriana Farah, da UFrj. Lembre-se de que alguns chás e refrigerantes também carregam a substância. Daí, se a dor não sumir, procure um médico. Em muitos casos, a cafeína é a salvação. Prova disso é que está na fórmula de analgésicos. Algumas cefaleias são caracterizadas pela vasodilatação cerebral. Por deixar os vasos mais estreitos, a cafeína pode atuar como coadjuvante no tratamento, justifica a especialista.
Café protege contra cirrose
Uma revisão de estudos da Universidade de Southampton, no Reino Unido, chegou à conclusão de que tomar duas xícaras de café por dia diminui em 44% o risco de desenvolver essa doença crônica no fígado. Geralmente, ela é causada pelo abuso de álcool ou por infecções virais e avança silenciosamente e sem sintomas aparentes. Os experts atribuem esse efeito protetor a alguns agentes antioxidantes e anti-inflamatórios presentes na bebida. Mais um ponto a favor do cafezinho.
Fonte: revista saúde
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